Dr. Sinichiro Maeda – Ginecologista e Obstetra e Emagrecimento

Dr. Sinichiro Maeda

Ginecologia e Obstetrícia

Medicina Integrativa e Emagrecimento

CRM: 94245 / SP RQE: 83797

-Formado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP-Ribeirão Preto)

-Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, no serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto- USP-Ribeirão Preto

-Membro do Corpo Clínico de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Santa Isabel e Hospital São Marcos de Jaboticabal/SP

-Membro do Corpo Clínico de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Pitangueiras/SP

-Mais de 25 anos de experiência

O QUE É ENDOMETRIOSE?

ENDOMETRIOSE
ENDOMETRIOSE

A endometriose é uma patologia em que o tecido do revestimento interno do útero, chamado de endométrio, começa a crescer fora do útero. Esses implantes de tecido endometrial em localizações anômalas de crescimento podem ocorrer em vários locais, incluindo os ovários, trompas de falópio, a superfície externa do útero e outros órgãos na pelve.

QUAL A PREVALÊNCIA DA ENDOMETRIOSE?

A endometriose é uma doença bastante prevalente nas mulheres e pode ter um impacto muito negativo na saúde das mulheres. No Brasil, estima-se que a endometriose afete cerca de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva.
A endometriose é mais comum em mulheres entre 25 e 35 anos, mas pode afetar adolescentes e mulheres na pós-menopausa também.
Apesar da sua prevalência, a endometriose muitas vezes é subdiagnosticada, em parte devido à falta de conscientização e à normalização da dor menstrual intensa.

dor pélvica crônica e intensa
dor pélvica crônica e intensa

QUAL O IMPACTO DA ENDOMETRIOSE NA SAÚDE DA MULHER?

Impacto na Saúde das Mulheres são:

  • Dor Crônica: A dor pélvica crônica e intensa é um dos sintomas mais prevalentes e debilitantes para as mulheres com endometriose, afetando a qualidade de vida e a capacidade de realizar atividades diárias, e levando as faltas ao trabalho.
  • Infertilidade: Aproximadamente 30% a 40% das mulheres com endometriose podem enfrentar dificuldades para engravidar, sendo uma das principais causas de infertilidade.
  • Impacto Psicológico: A dor forte e persistente e os desafios associados à infertilidade podem levar a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.
  • Custos de Saúde: O tratamento da endometriose pode ser oneroso, tanto em termos de despesas médicas diretas quanto de perda de produtividade devido à ausência no trabalho.

A conscientização sobre a endometriose e o acesso a diagnósticos e tratamentos adequados são essenciais para diminuir o seu impacto na saúde das mulheres.

QUAIS AS CAUSAS DA ENDOMETRIOSE?

Existem várias teorias para a causa da endometriose, embora a causa exata da endometriose não seja completamente compreendida. Algumas das teorias incluem:

  1. A menstruação retrógrada ( sangue da menstruação que em vez descer, volta para as trompas e podem formar focos para dentro da cavidade abdominal).
  2. Transformação de células peritoneais (células do revestimento da cavidade pélvica (peritônio) se transformam em células endometriais). Isso pode ocorrer devido a estímulos hormonais ou inflamatórios.)
  3. Transporte de células endometriais para fora do útero através do sistema linfático ou sanguíneo ( as células endometriais podem se espalhar para outras partes do corpo através dos vasos linfáticos ou sanguíneos, explicando casos de endometriose em locais distantes, como pulmões ou cérebro).
  4. Fatores genéticos ( a endometriose pode ter um componente genético, já que a condição é mais comum em mulheres que têm parentes de primeiro grau com a doença).
  5. Fatores imunológicos e hormonais (uma resposta imunológica deficiente permite que células endometriais implantem e cresçam fora do útero, em vez de serem eliminadas pelo sistema imunológico) também podem influenciar o desenvolvimento da doença.
FOCOS DE ENDOMETRIOSE
FOCOS DE ENDOMETRIOSE

Quais as locais mais comuns e os órgãos e tecidos mais acometidos pela endometriose?

A endometriose pode afetar vários locais do corpo, mas é mais comum na região pélvica. Aqui estão os locais e órgãos mais frequentemente acometidos pela endometriose:


Locais Comuns de Endometriose:

Ovários: Os ovários são um dos locais mais comuns para os focos de endometriose e para o desenvolvimento de endometriomas, que são cistos ovarianos cheios de sangue.

Trompas de Falópio: A endometriose nas trompas de falópio pode afetar a fertilidade, devido ao entupimento das trompas e interferindo na passagem dos óvulos e fazendo com que não ocorra a fecundação.

Superfície Externa do Útero: O tecido endometrial pode se implantar na parte externa do útero, causando aderências e inflamação.

Ligamentos Útero-Sacrais: Esses ligamentos, que ajudam a sustentar o útero dentro da cavidade pélvica, são frequentemente afetados, contribuindo para a dor pélvica e aderências.

Peritônio: O peritônio, que é o revestimento da cavidade abdominal, é um local comum para implantes de endometriose.

Intestinos: A endometriose pode afetar o intestino, especialmente o reto e o cólon sigmoide, causando sintomas gastrointestinais, como dor evacuatório, sangramento ao evacuar, dor abdominal.

Bexiga e Trato Urinário: A endometriose pode formar focos na bexiga e o trato urinário, levando a sintomas urinários, como ardência ao urinar, dor em baixo ventre, sangue na urina.

Locais Menos Comuns:

Diafragma e Cavidade Torácica: Em casos raros, a endometriose pode afetar o diafragma e até mesmo a cavidade torácica, causando dor no ombro ou sintomas respiratórios.

Outros Órgãos Distantes: Embora raro, implantes endometriais foram encontrados em locais distantes como o cérebro e a pele.

FOCOS DE ENDOMETRIOSE
FOCOS DE ENDOMETRIOSE

Quais os sintomas mais comuns nas mulheres com endometriose?

Os sintomas da endometriose podem variar muito entre as mulheres, tanto em termos de tipo e quanto de gravidade. Aqui estão os sintomas mais comuns associados à endometriose:


Sintomas Comuns:

Dor Pélvica: A dor pélvica crônica é um dos sintomas mais frequentes e pode ocorrer durante ou entre os períodos menstruais.

Dismenorreia (Cólica Menstrual Intensa): Menstruações muito dolorosas que podem começar antes do início do período menstrual e perdurar por vários dias.

Dispareunia (Dor Durante as Relações Sexuais): Dor durante o ato sexual ou após a relação sexual é comum e pode ser na parte profunda da vagina ou de localização especifica.

Dor ao Urinar ou Evacuar: Tem mulheres que relatam dor durante a micção ou evacuação, especialmente durante a menstruação.

Sangramento Menstrual Excessivo: Pode ocorrer menorragia (períodos menstruais intensos) ou sangramento irregular entre os períodos.

Infertilidade: A endometriose é uma das causas mais conhecidas de infertilidade, com até 30% a 40% das mulheres que enfrentam dificuldades para engravidar.

Sintomas Menos Comuns:

Fadiga: Cansaço extremo é relatado por muitas mulheres com endometriose.

Problemas Gastrointestinais: Sintomas como diarreia, constipação, inchaço e náuseas, que pioram especialmente durante o período menstrual.

Dor Lombar: Algumas mulheres relatam dor na região lombar, que pode estar relacionada aos implantes endometriais.

A intensidade dos sintomas não está necessariamente correlacionada com a extensão da doença. Algumas mulheres com endometriose severa podem ter poucos sintomas, enquanto outras com doença leve podem ter sintomas intensos. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são importantes para o manejo eficaz dos sintomas e melhoria da qualidade de vida.

CÓLICAS E DOR NA RELAÇÃO
CÓLICAS E DOR NA RELAÇÃO SEXUAL

Quais os exames diagnósticos para a endometriose?

O diagnóstico da endometriose as vezes pode ser difícil, pois os sintomas podem ser semelhantes a outras patologias. Vários exames e procedimentos são utilizados para ajudar a diagnosticar a endometriose:

Exame Clínico: Durante uma consulta médica, o médico pode realizar um exame pélvico para verificar a presença de cistos ou cicatrizes atrás do útero.

Ultrassonografia: A ultrassonografia transvaginal ou abdominal pode ajudar a identificar cistos ovarianos associados à endometriose, conhecidos como endometriomas. No entanto, o ultrassom não é eficaz para detectar pequenos implantes de endometriose.

Ressonância Magnética (RM): A RM pode fornecer imagens detalhadas dos órgãos e tecidos pélvicos, ajudando a identificar a extensão da endometriose, especialmente em casos mais complexos.

Exames de Sangue: Embora não sejam diagnósticos, exames de sangue como o CA-125 podem ser usados para avaliar a presença de marcadores inflamatórios, embora sua especificidade para endometriose seja limitada.

USOM MAPEAMENTO ENDOMETRIOSE
USOM MAPEAMENTO ENDOMETRIOSE

Qual é o padrão ouro para o diagnóstico da endometriose?

Laparoscopia: A laparoscopia é considerada o padrão ouro para o diagnóstico da endometriose. É um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que permite ao médico visualizar diretamente a cavidade pélvica e identificar implantes endometriais. Durante a laparoscopia, é possível realizar biópsias para confirmação da endometriose.

A laparoscopia não só confirma o diagnóstico, mas também pode ser usada para tratar a endometriose, removendo ou destruindo os implantes endometriais. Devido à sua natureza invasiva, a laparoscopia geralmente é reservada para casos em que o diagnóstico não é claro ou quando o tratamento clínico não alivia os sintomas.

LAPAROSCOPIA
LAPAROSCOPIA

QUAL O TRATAMENTO PARA A ENDOMETRIOSE?

Não existe uma cura definitiva para a endometriose, mas os tratamentos disponíveis visam aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da mulher. Entre essas medidas pode se incluir medicamentos para controlar a dor, terapia hormonal para reduzir ou eliminar a menstruação, e cirurgia para remover áreas de tecido endometrial. Hoje em dia há várias evidências que mostram que um estilo de vida saudável, eliminando-se alimentos inflamatórios, a pratica de atividades físicas regulares, equilíbrio espiritual e mental ajudam muito na melhora dos sintomas da endometriose.

A endometriose é uma condição crônica que pode ter um impacto significativo na vida das mulheres afetadas, tanto física quanto emocionalmente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são importantes para o manejo eficaz da doença.

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