Dr. Sinichiro Maeda – Ginecologista e Obstetra e Emagrecimento

A vaginose bacteriana (VB) é uma infecção vaginal comum que afeta muitas mulheres.

A vaginose bacteriana (VB) ocorre quando há um desequilíbrio na flora vaginal, com uma diminuição das bactérias “boas” (lactobacilos) e um aumento excessivo de outras bactérias “más”. Este desequilíbrio pode levar a sintomas desconfortáveis para a mulher e, em alguns casos, a complicações.

vaginose bacteriana (VB)
vaginose bacteriana (VB)

Quais as Causas da Vaginose Bacteriana (VB)?

Desequilíbrio Bacteriano: A principal causa é o desequilíbrio entre as bactérias boas e más que habitam na vagina. Devido ao desequilíbrio ocorre um aumento do pH vaginal acima do normal, que geralmente é ácido (cerca de 3,8 a 4,5). Esse aumento do pH cria um ambiente favorável para o crescimento excessivo das bactérias “más”.

Vários fatores podem predispor uma mulher a desenvolver vaginose bacteriana, ao aumentar o pH vaginal. Aqui estão os principais fatores predisponentes:

Relações sexuais desprotegidas: O sêmen masculino tem um pH alcalino e, durante a relação sexual desprotegida, ele pode aumentar temporariamente o pH vaginal. A frequência de relações sexuais desprotegidas pode, portanto, predispor as mulheres à vaginose bacteriana ao alterar o equilíbrio natural da flora vaginal.

Duchas vaginais: As mulheres que fazem duchas vaginais frequentes para lavar o interior da vagina com água ou outras soluções, podem alterar o equilíbrio bacteriano natural da vagina, eliminando as bactérias “boas” que mantêm o ambiente vaginal ácido e protegido contra infecções. Como resultado, as duchas aumentam o pH vaginal, tornando a mulher mais suscetível à vaginose bacteriana.

Menstruação: Durante a menstruação, o pH vaginal pode se tornar menos ácido devido à presença do sangue menstrual, que tem um pH mais alcalino. Esse aumento temporário do pH pode criar um ambiente propício para o crescimento excessivo das bactérias associadas à vaginose bacteriana.

Uso prolongado de antibióticos: O uso prolongado de antibióticos pode eliminar as bactérias “boas” da vagina, assim como fazem com as bactérias nocivas. Isso leva a um desequilíbrio bacteriano e ao aumento do pH vaginal, predispondo a mulher à vaginose bacteriana.

Uso de produtos vaginais: O uso de produtos vaginais perfumados, como sprays íntimos, sabonetes internos, desodorantes vaginais, lubrificantes, brinquedos sexuais podem irritar a mucosa vaginal e alterar o pH. Esses produtos podem destruir as bactérias benéficas, favorecendo o crescimento das bactérias causadoras de vaginose bacteriana.

Estresse e queda do sistema imunológico: O estresse crônico pode afetar negativamente o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível as infecções, incluindo a vaginose bacteriana. Com o sistema imunológico debilitado, o corpo não conseguir manter o equilíbrio adequado das bactérias vaginais, permitindo que as “más” se proliferem.

Mudanças hormonais: Durante algumas fases da vida da mulher, em que os níveis de estrogênio diminuem, como a menopausa ou no pós-parto, a proteção natural pode ser reduzida, aumentando o risco de desequilíbrios bacterianos, incluindo a vaginose bacteriana (VB).

Tabagismo: Fumar cigarros pode afetar o sistema imunológico e alterar o equilíbrio bacteriano vaginal. Mulheres fumantes têm um risco maior de desenvolver vaginose bacteriana em comparação com mulheres não fumantes. O tabaco e seus componentes químicos podem impactar negativamente a saúde vaginal de diversas formas, inclusive alterando o pH.

Múltiplos parceiros sexuais: A atividade sexual, especialmente com múltiplos parceiros, pode introduzir novas bactérias na vagina, alterando o equilíbrio natural da flora vaginal. Isso pode favorecer o crescimento excessivo de bactérias associadas à VB. Mulheres com múltiplos parceiros têm um risco maior de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que podem estar associadas ou contribuir para o desenvolvimento de VB.

Dispositivos intrauterinos (DIU): A inserção de um DIU representa a introdução de um corpo estranho no útero, o que pode alterar o equilíbrio natural da flora vaginal. Essa alteração pode facilitar o crescimento excessivo de bactérias associadas à VB. No caso dos DIUs hormonais, o muco cervical se torna mais espesso, o que pode modificar o ambiente vaginal de maneiras que influenciam o crescimento bacteriano.

Quais os Sintomas da Vaginose Bacteriana (VB)?

Nem todas as mulheres com vaginose bacteriana apresentam sintomas. No entanto, quando os sintomas aparecem, eles podem incluir:

Corrimento Vaginal: Geralmente o corrimento é esbranquiçado ou acinzentado, e tem uma consistência fluida, bolhosa. Ele costuma ser mais abundante do que o corrimento vaginal normal.

Odor Forte: A mulher queixa de um odor vaginal forte e desagradável, muitas vezes descrito como “cheiro de peixe podre”. Esse odor pode piorar e ser mais perceptível após a relação sexual.

Irritação vaginal: Embora seja menos comum, pode ocorrer coceira ou irritação vaginal.

odor vaginal forte e desagradável
odor vaginal forte e desagradável

Como Diagnosticar a Vaginose Bacteriana?

Para fazer o diagnóstico de vaginose bacteriana, os médicos geralmente realizam os seguintes procedimentos:

  1. História Clínica: O médico faz perguntas sobre os sintomas e o histórico médico da paciente.
  2. Exame Físico: Um exame vaginal pode ser realizado para verificar o aspecto do corrimento.
  3. Teste do pH Vaginal: Um teste simples pode ser realizado para medir o pH da vagina. A VB geralmente está associada a um pH vaginal elevado, acima de 4,5 que pode indicar vaginose bacteriana.
  4. Exame do Corrimento: O médico coleta uma amostra do corrimento vaginal para análise. A amostra é examinada ao microscópio para verificar a presença de células chamadas “clue cells” (células-chave), que são indicativas de VB.

Como Tratar a Vaginose Bacteriana?

O tratamento da VB geralmente envolve o uso de antibióticos. Os antibióticos mais comuns incluem:

  1. Metronidazol: Pode ser prescrito em forma de comprimido ou creme vaginal. É um tratamento eficaz na eliminação das bactérias que causam a VB.
  2. Tinidazol: Outro antibiótico que pode ser usado no tratamento da vaginose bacteriana.
  3. Clindamicina: Pode ser prescrita como creme vaginal ou comprimido.
  4. Probióticos: Em alguns casos, os probióticos podem ser recomendados para ajudar a restaurar a flora vaginal normal.

É importante seguir as instruções medicas e tomar corretamente os antibióticos, mesmo que os sintomas desapareçam antes do término do tratamento. A interrupção precoce do tratamento pode resultar na recorrência da infecção.

creme vaginal
creme vaginal

Quais as Complicações da Vaginose Bacteriana?

Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs): A VB pode aumentar a suscetibilidade a infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e HIV. desequilíbio bacteriano pode comprometer as defesas naturais da vagina contra patógenos.

Complicações na Gravidez: Mulheres grávidas com VB têm um risco maior de parto prematuro. A VB também está associada a um risco aumentado de dar à luz bebês com baixo peso. Pode aumentar o risco de ruptura prematura das membranas amnióticas.

Doença Inflamatória Pélvica (DIP): A VB está associada a um risco aumentado de desenvolver DIP, uma infecção dos órgãos reprodutivos femininos que pode levar a complicações graves, como infertilidade, dor pélvica crônica e gravidez ectópica.

Infecções Pós-Operatórias: Mulheres com VB que se submetem a procedimentos ginecológicos, como histerectomias ou abortos, podem ter um risco maior de infecções pós-operatórias.

Risco Aumentado de Infecções do Trato Urinário (ITU): Embora não seja uma complicação direta, o desequilíbrio bacteriano associado à VB pode predispor a infecções do trato urinário em algumas mulheres.

Doença Inflamatória Pélvica (DIP)

Vaginose Bacteriana de Repetição

Algumas mulheres podem apresentar episódios recorrentes de vaginose bacteriana. A vaginose bacteriana de repetição pode ser frustrante e pode ser um desafio para muitas mulheres,. As causas da recorrência ainda não são completamente compreendidas, mas podem incluir:

  1. Recolonização por Bactérias: Algumas mulheres podem ter dificuldade em manter um equilíbrio saudável de bactérias na vagina, mesmo após o tratamento, as bactérias “más” podem recolonizar a vagina. o que pode levar a episódios recorrentes de VB.
  2. Fatores de Estilo de Vida:  O uso frequente de duchas vaginais e o uso de produtos perfumados, podem perturbar o equilíbrio natural da flora vaginal, contribuindo para a recorrência.
  3. Parceiros Sexuais: Ter múltiplos parceiros sexuais ou um novo parceiro pode introduzir novas bactérias que alteram a flora vaginal.  A relação sexual pode influenciar o equilíbrio bacteriano vaginal. Embora a vaginose bacteriana não seja considerada uma infecção sexualmente transmissível, a atividade sexual pode desempenhar um papel na recorrência.
  4. Bactérias Resistentes: Em alguns casos, as bactérias responsáveis pela VB podem desenvolver resistência aos antibióticos comuns, dificultando o tratamento e levando a recorrência.
  5. Mudanças Hormonais: Flutuações hormonais, como as que ocorrem durante o ciclo menstrual, podem influenciar a flora vaginal e contribuir para a recorrência.

Tratamento da Vaginose Bacteriana de Repetição

  1. Antibióticos:
    • Tratamento Prolongado: O tratamento inicial geralmente envolve antibióticos como metronidazol ou clindamicina. Para casos recorrentes, pode ser necessário um uso mais longo ou repetido de antibióticos.
    • Formas Diferentes de Administração: Antibióticos podem ser administrados oralmente ou como gel/creme vaginal.
  2. Probióticos:
    • Suplementação com Probióticos: O uso de probióticos pode ajudar a restaurar o equilíbrio da flora vaginal.
    • Alimentos Ricos em Probióticos: Incluir alimentos como iogurte e kefir na dieta pode ser benéfico.
  3. Mudanças de Estilo de Vida:
    • Evitar Duchas Vaginais: Evitar duchas pode ajudar a manter o equilíbrio natural da flora vaginal.
    • Práticas Sexuais Seguras: Usar preservativos e limitar o número de parceiros pode reduzir o risco de recorrência.
  4. Terapias de Manutenção:
    • Tratamento de Manutenção: Em alguns casos, tratamentos de manutenção de longo prazo com antibióticos em baixas doses podem ser recomendados para prevenir a recorrência.
  5. Consulta Regular com Ginecologista:
    • Acompanhamento Médico: Consultar regularmente um ginecologista pode ajudar a monitorar a condição e ajustar o tratamento conforme necessário.

Gerenciar a vaginose bacteriana de repetição pode exigir uma abordagem multifacetada, combinando tratamento médico com mudanças no estilo de vida. É importante trabalhar em estreita colaboração com um ginecologista de confiança para desenvolver um plano de tratamento eficaz e individualizado.

Vaginose Bacteriana
Vaginose Bacteriana

Você está com corrimento?

Sou o Dr. Sinichiro Maeda, médico ginecologista. Realizo atendimentos em ginecologia para mulheres de todas idades.

Atuo na prevenção, no diagnóstico e no tratamento das mais diversas doenças, inclusive da vaginose bacteriana.

Busco dar um atendimento onde cada mulher é acolhida com cuidado e respeito, garantindo um tratamento humanizado e diferenciado que valoriza suas necessidades individuais e sempre promovendo sua saúde e bem-estar e atendendo de maneira integral. Busco criar um atendimento acolhedor e livre de julgamentos.

Cuido não somente da sua saúde física, mas também da sua saúde mental. Comigo, você terá participação na decisão de seu tratamento.

Quer me conhecer melhor? Clique aqui para saber mais sobre mim!

Dr. Sinichiro Maeda

Ginecologia e Obstetrícia

Medicina Integrativa e Emagrecimento

CRM: 94245 / SP RQE: 83797

-Formado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP-Ribeirão Preto)

-Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, no serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto- USP-Ribeirão Preto

-Membro do Corpo Clínico de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Santa Isabel e Hospital São Marcos de Jaboticabal/SP

-Membro do Corpo Clínico de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Pitangueiras/SP

-Mais de 25 anos de experiência


Leia Mais:

https://drsinichiromaeda.com.br/hpv-verrugas-vaginais-cancer-de-colo/: O Que é a Vaginose Bacteriana? https://drsinichiromaeda.com.br/obesidade-e-emagrecimento-saudavel/: O Que é a Vaginose Bacteriana? https://drsinichiromaeda.com.br/herpes-genital/: O Que é a Vaginose Bacteriana? https://drsinichiromaeda.com.br/a-falta-de-libido/: O Que é a Vaginose Bacteriana? https://drsinichiromaeda.com.br/gordura-faz-mal-a-saude/: O Que é a Vaginose Bacteriana?